Descrição
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Planta composta, de cruz latina, de
três naves com quatro tramos de tamanho desigual, sendo os dois últimos, do lado
da entrada principal, mais pequenos do que os restantes, transepto, abside e
absidíolos redondos. A frontaria apresenta-se reforçada com contrafortes tendo,
no corpo central, o portal de cinco arquivoltas assentes em colunelos com
capitéis profusamente decorados. No tímpano, ostenta a figura de Cristo
Pantocrator, recortado num nimbo oval e ladeado por duas figuras. Nas aduelas
das arquivoltas estão representados os apóstolos e anjos enquanto os capitéis
mostram animais míticos, sereias, figuras humanas disformes, máscaras e outros
motivos. Sobre o portal, uma rosácea. O portal da fachada lateral S., tem
arquivolta dupla, colunelos com capitéis historiados e, no tímpano, em
baixo-relevo o Agnus Dei. A ábside, em hemiciclo, apresenta cinco arcadas
assentes em colunas adossadas. Os absidíolos são reforçados por contrafortes.
Sob a cornija corre um renque de modilhões. No INTERIOR, a nave central está
separada das laterais por arcos desiguais, de volta perfeita ou quebrados,
apoiados sobre robustos pilares de diferente tipologia. A cobertura das naves é
de madeira. O tramo recto da ábside está coberto por abóbada de berço quebrado
enquanto a zona fundeira tem abóbada em quarto de esfera. |
Acessos
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EN
206 (Póvoa de Varzim - Vila Nova de Famalicão), EM para Rates, lugar do
Mosteiro |
Protecção
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MN - Monumento Nacional, Decreto de
16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 |
Enquadramento
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Rural, isolado por terreiro em lajes
de pedra, destacando-se das restantes construções vizinhas (constituídas por
casas de habitação e instalações de apoio à paróquia). |
Descrição
Complementar
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Utilização
Inicial
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Religiosa: mosteiro
masculino |
Utilização
Actual
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Religiosa: igreja
paroquial |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época
Construção
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Séc. 12 /
13 |
Arquitecto /
Construtor / Autor
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Desconhecido; Arq.
Rogério de Azevedo (responsável pela intervenção de 1930 / 1940).
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Cronologia
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Baixo Império romano - a existência
de material romano (fragmentos de Sigilata Clara) à superfície nos terrenos
anexos à igreja indicia a pré-existência de um estabelecimento rural
baixo-imperial; séc. 9, fim / 10, início - data possível da construção do templo
primitivo, pré-românico, de que ainda se registam elementos arquitectónicos
avulsos; séc. 11, meados - o templo aparece já documentado, pelo que já existia
uma comunidade religiosa em Rates instalada no templo de construção
pré-românica; 1096 / 1100 - reedificação do templo pelos Condes D. Henrique e D.
Teresa segundo um primeiro programa românico; 1100 - doação da Igreja de Rates,
pelos Condes, ao priorado cluniacence de La-Charité-sur-Loire, na diocesse de
Auxerre em França; séc. 12, meados - queda da abóbada da capela-mor, sua
reconstrução e alteração da organização do espaço das naves segundo um novo
plano; séc. 13 - nova fase de transformações ainda de fábrica românica; séc. 15
- foi extinta a comunidade monástica tendo a igreja sido transformada em
priorado e entregue à Ordem de Cristo e feita comenda; séc. 17 - ampliação da
capela-mor e abertura de uma fresta na capela do Rosário; séc. 18 - substituição
da rosácea da frontaria por um janelão rectangular; 1814 - feitura do órgão de
tubos; 1930 - a igreja encontrava-se basatante arruinada; 1930 / 1940 -
demolição da capela-mor do séc. 18 e construção de nova capela-mor sobre os
alicerces da primitiva e do absidíolo N.; reposição da rosácea na fachada
principal; construção de nova sacristia, anexa ao alçado S. e de uma torres
sineira em volume autóctone a nascente da igreja; 1939 - remoção de dois
retábulos, durante as obras de remodelação, tendo sido colocados na Capela do
Senhor da Praça (v. PT011313110027); 2001 - estudo de intervenção na pedra, em
colaboração com a FEUP; 2004, Fevereiro - data do concurso de adjudicação para
conservação de materiais pétreos. |
Dados
Técnicos
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Paredes autoportantes na nave e
estrutura mista na capela-mor. |
Materiais
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Granito; madeira;
vidro. |
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Intervenção Realizada
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DGEMN: 1930 / 1940 - profunda intervenção de reabilitação e restauro, que à luz de teorias da época, procurou reconstituir o imóvel, então bastante arruinado, preenchendo as suas lacunas a partir da análise dos alicerces ou de pormenores arquitectónicos subsistentes e libertando-a de todos os elementos considerados não conformes ao seu estilo original, tendo sido apeados a torre existente sobre um dos braços do transepto, o coro de madeira e respectivo escadório, a sacristia que tapava o absidíolo N., e tendo também sido reposta a capela-mor na sua forma primitiva, e a rosácea da frontaria; 1958 - reconstrução de um púlpito em madeira de castanho velho encerado; 1972 - reparação dos estragos do último temporal; 1976 - beneficiação do telhado e portas; 1977 - trabalhos de conservação; 1978 - reparação das coberturas dos absidíolos; 1979 - reparação da cobertura da nave; 1980 - reparação da cobertura da nave colateral S.; 1982 - obras de conservação; 1984 - obras de conservação nos portais principais O. e lateral S.; 1986 - diversos trabalhos de conservação; 1988 / 1989 - reparação de telhados; 1990 - reparação da cobertura e limpeza; 1997 - peritagem e diagnóstico do estado de conservação do granito do portal principal. CMPV: 1998 - obras de infraestruturas e pavimentação do centro histórico de Rates; Março - estas obras e as sondagens arqueológicas numa extensa área a S. da igreja põem a descoberto grande número de sepulturas à superfície, um troço de calçada antiga e, junto à fachada principal, um conjunto de fundações e de muros, que poderão ser da primitiva igreja. DGEMN: 1999 / 2000 - conservação e beneficiação dos telhados e tectos, conservação dos paramentos interiores e exteriores com excepção das áreas esculpidas, muito fragilizadas ou com siglas, remodelação da instalação electrica e sonora, conservação de madeiramentos interiores e portas, restauro de vitrais, conservação da torre; 2001- remodelação da zona de celebração com execução de novo altar, ambão e porta-estandartes |
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Observações
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Segundo a tradição, Pedro de Rates teria sido um dos primeiros convertidos por São Tiago na Península Ibérica. No tempo do imperador Calígula, São Tiago sagrara Pedro como bispo de Braga e ter-se-ia fundado uma pequena comunidade religiosa em Rates, onde viria a sofrer martírio e receber sepultura. A igreja actual foi construída por iniciativa dos Condes D. Henrique e D. Teresa segundo uma planta de três naves, cinco tramos e transepto. Posteriormente, verificou-se um primeiro reajustamento no sentido do modelo do plano beneditino português para igrejas de três naves. Esta transformação não terá sido levada até ao fim, procurando-se então conjugar as duas plantas o que esteve na base de numerosas anomalias e irregularidades visíveis na estrutura dos pilares, na distribuição das colunas ao longo dos muros, na colocação das frestas sobre o arranque dos pilares, na aplicação dos contrafortes, bem como na falta de uniformidade dos alçados (REAL 1982 / 14 - 15). *1 - Devido ao estado de deteorização da pedra torne-se difícil ou mesmo impossível a leitura de alguns pormenores escultóricos. |
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Autor e Data
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Isabel Sereno / Paulo Dordio 1995 |
Actualização
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Paula Noé 1998 / Maria Guimarães 2001 |
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